terça-feira, 6 de abril de 2010

ARTIGO DE OPINIÃO

O BRASIL COR- DE- ROSA
JAIME LEITÃO

Existe o Brasil cor-de-rosa, o Brasil-maravilha, que aparece nas campanhas políticas, na divulgação do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) do governo Lula e nos discursos em que ele exalta a auto-estima do brasileiro?
O Brasil cor-de-rosa esconde o Brasil real, em que vigora uma violência descontrolada e uma exclusão que atinge um grande número de crianças que não são atendidas pelo Bolsa-família e outros programas governamentais. Essas crianças existem? Tentam nos dizer que não, mas quando assistimos a uma reportagem como a que foi exibida pelo Bom Dia, Brasil de ontem, da Globo, em que aparecem crianças de um, dois e três anos remexendo no lixo para pegar brinquedo e comida, ficamos horrorizados. Eu pelo menos fiquei.
Não há dados estatísticos, mas tudo leva a crer que o número de famílias que tiram o seu sustento do lixo, incluindo as crianças, é bem maior do que se imagina. A pobre mãe, sem saída, fala até com uma certa naturalidade sobre o fato de seus filhos pequenos retirarem do lixo comida deteriorada para se alimentar.
Crianças um pouco maiores, no Ceará e Alagoas, pegam nos lixões os mais diversos materiais para vender. O trabalho infantil no Brasil ainda ocorre de forma assustadora e, no lixo, toma um aspecto monstruoso e assustador.
Em uma parte da reportagem, aparece um caminhão depositando frangos podres, que logo são disputados entre os habitantes da fome e do lixo, que os devorarão no próximo almoço. Almoço?
Vou até a estante buscar no volume de poesias completas de Manuel Bandeira o poema “O Bicho”. Transcrevo-o aqui: “Vi ontem um bicho/ na imundície do pátio/Catando comida entre os detritos.// Quando achava alguma coisa,/ Não examinava nem cheirava: /Engolia com voracidade.// O bicho não era um cão, /não era um gato,/ não era um rato.// O bicho, meu Deus, era um homem.” Bandeira escreveu-o em 25-2-1947, há sessenta três anos. E, desgraçadamente, continua atual. O poeta nos sinaliza e o tamanho do absurdo em que vivemos hoje. Peço licença a Bandeira para modificar o seu último verso: “O bicho, meu Deus, era uma criança/ uma pobre criança de dois anos/ morrendo de fome.”
De quem é a culpa? Provavelmente o governo federal irá culpar o estadual que, por sua vez, culpará o municipal. A culpa é de todos, inclusive do Ministério Público. Todos os poderes constituídos e toda a sociedade são responsáveis por, nos dias de hoje, em 2010, um grande número de crianças se alimentar do lixo, trabalhar no lixo, podendo pegar uma doença grave ou morrer por falta de mínima atenção. Enquanto isso, nos preparamos para sediar a Copa e a Olimpíada. Estamos sendo reconhecidos no mundo todo como uma nação em franco desenvolvimento. E as crianças que comem comida do lixo? Essas são praticamente invisíveis porque não entram nas estatísticas. São seres esquecidos que não contam.

PROPOSTAS:
1-Escreva uma dissertação que tenha como título: O BRASIL COR-DE-ROSA
2-Escreva uma dissertação que tenha como foco o trabalho infantil e, em especial, a tragédia da vida das crianças que catam lixo para vender e para comer.
3-Escreva uma narrativa que tenha como título: O garoto que vivia no lixo.
4-Escreva uma dissertação que tenha como tema: O lixo político como fator desencadeador de uma sociedade-lixo.
5-Escreva uma carta ao presidente da república pedindo que ele tome providências urgentes para retirar as crianças dos lixões e colocá-las nas escolas estudando.

terça-feira, 16 de março de 2010

FOCO NARRATIVO: EXEMPLO DE UMA BOA NARRAÇÃO

Narrar arrastão em uma praia da Bahia do ponto de vista de um personagem específico.

Personagem escolhida: Esmeralda (velha baiana do vatapá e do acarajé).

Arrastão sob o Sol

Pietro Z. Venturoli

Esmeralda estava em sua bancada de vendas, fazendo seus quitutes característicos e entretendo os turistas mais recentes que se aproximavam.
- Como vão os negócios por aqui Dona Esmeralda? Pergunta-lhe um rapaz que trabalha no bar de frente para a praia.
-Como sempre meu filho. Diz ela bem humorada. Vários turistas, o dia prometia ser agitado.
Então de repente ela ouviu uma comoção ao longe. Várias pessoas gritando e correndo para fora da praia enquanto outra enorme quantidade passava velozmente entre as mesas e barracas pegando tudo o que estivesse a vista: bolsas, bonés, carteiras, óculos, toalhas, esteiras e outras dezenas de coisas que sumiam tão rapidamente que não era possível nem identificar o que era. Não que importasse, o que fosse fácil de pegar e carregar era levado
Esmeralda assistia calmamente a isso tudo, após trinta anos de praia ela já vira de tudo, incluindo arrastões como esse, porém mesmo já estando habituada, não conseguia se impedir de sentir pena dos pobres turistas que foram até lá para terem uma tranqüila tarde deitados na areia e sob o sol. Enquanto esses pensamentos passavam por sua cabeça, um jovem baiano discutia com sua namorada perto da barraca, agora saqueada.
-Você é um frouxo Neto! Devia ter corrido atrás daquele moleque que levou minha bolsa!
-Dora, querida, eu nunca ia conseguir pegar ele, e além do mais foi tudo tão rápido! Não podemos ficar tão bravos assim com eles, afinal são apenas pessoas necessitadas que não tem a quem pedir ajuda!
- Se você continuar com esse seu complexo de perdão daqui a pouco é você que vai ficar necessitado!
Esmeralda riu-se por dentro, o casal era engraçado, mas não entendia como a vida funcionava, aquele era um mundo às avessas, e não havia nada que as pessoas pudessem fazer para tentar escapar dos eventuais “arrastões” que a vida causava.
-Dona Esmeralda! – era o mesmo rapaz que antes falara com ela – A senhora viu que coisa? Levaram quase tudo da praia!
-Ah meu filho, quando você tiver a minha idade vai aprender a se preocupar menos com essas coisas banais que acontecem
-Banais? Mas eles limparam a praia quase que inteira!
-Exatamente, só mais um dia de trabalho.

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

PRODUÇÃO DE TEXTO 2

1-Narração em primeira pessoa, com narrador-personagem, que tenha início com a frase:
Quando acordei, vi em meu quarto um desconhecido olhando para mim com um ar misterioso. Dê um título a ela.

2-Dissertação subjetiva que se baseie nas duas frases abaixo:

-O maior perigo está em nós mesmos, submerso no nosso inconsciente.

-Há quem veja perigo em tudo e por isso não se arrisca e se protege tanto que perde o sentido de viver com um pouco de aventura.

3-Conte um fato que você presenciou, em detalhes. Seja objetivo e direto ao escrever o seu relato.

sábado, 13 de fevereiro de 2010

PRODUÇÂO DE TEXTO 1

1-Narração que comece com a frase: Acordei sobressaltado, ainda imerso em um pesadelo.
2-Narração que se passe em uma cidade de 5.000 habitantes, onde começam a acontecer fatos estranhos, inexplicáveis.
3-Narração que se passe em uma cidade imaginária, descoberta pelo narrador-personagem em uma trilha.
4-Narração que tenha como título: O muro.
5-Poema narrativo que tenha como título: O labirinto.

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Conteúdo programático 2010

Conteúdo programático 2010
Primeiro bimestre
Conteúdo geral

1. O relato e o jornalismo - 3 de fevereiro
Elementos da narração.

2. A notícia -10 de fevereiro
Leitura e análise.

3. Produção de texto - 24 de fevereiro

4. O artigo de opinião - 3 de março

Leitura, análise e debate.
5. Produção de texto- 10 de março

6. O cotidiano jornalístico
A carta argumentativa. -17 de março

7. O editorial- 24 de março
Leitura e análise

8. Redação bimestral – 31 de março

9. Debate a partir de leitura de um texto atual -7 de abril

10. O texto dissertativo -14 de abril
Principais características.

11. O pensamento lógico - 28 de abril
Conteúdo essencial do 1º bimestre

1. O relato e o jornalismo
4. Artigo de opinião
7. O editorial

Segundo bimestre
Conteúdo geral


12. Produção de texto - 5 de maio

13. O texto dissertativo
A coerência- 12 de maio
Leitura de texto e análise

14. A coesão- 19 de maio

15. Produção de texto- 26 de maio

16. O anúncio publicitário- 2 de junho
Características, leitura e análise

17. Propaganda criativa e propaganda enganosa- 9 de junho

18. Prova bimestral -16 de junho

19. Objetividade e concisão - 23 de junho

.20. Apresentação oral - 30 de junho

Conteúdo essencial do 2º bimestre

13. O texto dissertativo
16. O anúncio publicitário

3º bimestre

21. Variedades linguísticas – 4 de agosto
Linguagem formal e informal

22. Regionalismo e neologismos-11 de agosto
Leitura, análise e debate

23. Gírias- 18 de agosto
Contexto. Leitura e análise

24. Produção de texto-25 de agosto

25. Gêneros para exercer a cidadania – 1º de setembro
Abaixo-assinado –

26. Manifesto e Carta aberta - 8 de setembro

27. Produção de texto-15 de setembro

28. Redação bimestral- 22 de setembro

29. Intertextualidade- 29 de setembro
Diálogo entre textos

Conteúdo essencial do 3º bimestre

21. Variedades lingüísticas

25. Gêneros para exercer a cidadania

29. Intertextualidade

4º bimestre

30.O texto dissertativo-argumentativo- 6 de outubro
Tipos de argumento. Contra-argumento


31. Estrutura do texto dissertativo-argumentativo.
Leitura e análise - 13 de outubro

32. Produção de texto -20 de outubro

33. Objetividade e subjetividade na argumentação -27 de outubro

34. Redação nos vestibulares-3 de novembro
Identificação do tema e compreensão da proposta

35. Produção de texto -10 de novembro

36. Exemplos de boas redações com comentários- 17 de novembro

37. Prova bimestral -24 de novembro

38. Leitura de editorial e análise 1º de dezembro

39. Apresentação oral. 8 de dezembro

Conteúdo essencial do 4º bimestre

30. O texto dissertativo-argumentativo

Bibliografia:
OFICINA DE REDAÇÃO
Leila Laluar Sarmento
Editora Moderna